segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Cio




Eram 2:03 da manhã.
Sábado.
Ela pegou o netbook com o intuito de escrever um conto pra ver se seu desejo diminuía.
Conhecia tanta gente, falava tanto de sexo com tantas pessoas, mas era fato: ela estava só.
E a solidão a invadia.
Um desejo por sexo lhe tomava de forma tão abrupta e  intensa que não conseguia pensar numa outra coisa. Quando via um homem ou uma mulher que lhe chamasse atenção dava vontade de lhe agarrar... Devorar...

Mas não tinha ninguém perto, acessível, estava só.


O netbook à sua frente ligado.

Ligado.
Ligado estava seu desejo e seu corpo... Aflito, aceso, estremecia ao toque de suas mãos pela cintura, apertando o bico dos seios, até carinhar sua buceta.
Desistiu.

Sentiu vontade de outra pessoa perto de si que lhe agarrasse, lhe apertasse, mordesse, penetrasse...

Deitou na cama e começou a imaginar seus orgasmos, de como seria bom sentir novamente aquelas invasões que lhe tomavam tão precipitadamente e profundamente à ponte de causar vertigens...
Deu por si quando já estava gemendo na cama... Loucura, em poucos instantes todo mundo de casa saberia o que ela estava à fazer.
Correu pro banheiro, fechou a porta, sentou no vazo e abriu as pernas.
Parou.

Começou a lamber os dedos como uma Gata, imaginando que era uma pessoa que estava a lamber.

Como uma Gata, lambeu seu sexo por meio de seus dedos molhados até parar no seu clitóris.
E, então, começou a passar as pontas dos dedos nele... Começara a agonia...

Ela não parava de se tocar enquanto mordia a outra mão e revirava os olhos e puxava o cabelo enquanto gozava...

Era a imagem mais lasciva que já tinha visto de Si mesma
Uma, duas, três... Que importava quantas vezes? Ela gozava...
Havia momentos em que sentia em sua boca, por meio de sua mão, a presença de uma outra carne além da sua... Mas não havia mais ninguém. 
Só ela e Ela...

Ela gozava, orgasmos intensos que lhe faziam levantar, estremecer, gemer e grunhir como um animal no cio... Era isso... O Cio.

Um dado momento, sentiu um gozo tão forte que parou de respirar e sentiu-se fora do mundo. Ficou zonza e amoleceu-se em cima do vazo... Percebeu que seu clitóris tinha aumentado de tamanho e sua vagina estava toda inchada... Preparada pra receber...
Mais uma vez excitou-se com seus dedos e quando não pode mais conter soltou leves gritos de gozo intenso... Passou os dedos dentro de sua vagina e viu seu gozo... Sentiu vontade de saber seu gosto... 
Que gosto tenho eu? Se perguntou.
Levou os dedos na boca e chupou-os... Tinha um sabor de... 
De... 
Dela... Tinha o sabor dela!
Experimentou mais uma vez até se embriagar de Si mesma.

Enquanto passava a embriaguez dos orgasmos, olhava pra si no espelho e pensava... Não há melhor companhia que a alegria de se ter... 

De se ser Ela mesma.

domingo, 25 de novembro de 2012

Sexo e gravidez... Uma combinação de Prazer e Alegria!!



A gravidez é uma das maiores realizações na vida familiar. 
Ela meche com toda sua estrutura e o cotidiano do casal/companheiras. 

A mulher fica mais sensível, emotiva; e também seu corpo, principalmente os mamilos.
Durante os três trimestres que compõem a gravidez muita coisa muda. No primeiro, a fase dos enjôos (quando a mulher os sente) e a descoberta, que nem sempre está acompanhada de um planejamento, pode trazer preocupações ao casal/gestante ocasionando a redução da libido sexual de amb@s.

Passado esse, no segundo trimestre, quando geralmente diminui os enjôos, a gestante volta ater mais apetite e a repor o peso perdido, se acostuma com a nova condição de gestação, onde também se começa a preparar o "caminho" d@ bebê; o desejo sexual tende a voltar ao normal, ou até se intensifica.

No último trimestre da gravidez, onde a barriga da gestante se encontra bem maior e @ bebê está nos últimos estágios de formação, é preciso aumentar os cuidados. A barriga pesa, a coluna dói, a respiração fica mais curta e a gestante precisa então de mais repouso e cuidados.

Mas e aí? A relação sexual continua igual durante a gestação?

Isso vai depender da gestação e da relação conjugal. Sexo é plenamente possível, natural e prazeroso durante a gravidez. Além disso, auxilia a gestante no exercício dos músculos do períneo, algo que muito contribui na passagem d@ bebê durante o parto natural. Além do mais, sexo faz bem! E se a mulher gestante gosta, seu companheiro/a gosta e se sentem bem e felizes, essas emoções também são partilhadas com @ bebê.

Se o casal não se sentirem bem com a penetração é preciso lembrar que sexo não se faz somente de um jeito. Masturbação mútua, sexo oral ou anal, jogos eróticos, beijos, massagens,cheiros e outras infindáveis formas de carinho podem ser boas alternativas de prazer.

O sexo só é proibido durante a gestação se houver risco de aborto ou sangramento ou perda líquido amniótico ou ainda algum impedimento ligado à algumas doenças. É necessário seguir sempre a orientação d@ especialista que acompanha a gestante.

O desejo sexual do homem e da mulher gestantes podem mudar. Pode haver uma tendência de superproteção d@ bebê e isso pode diminuir o tesão. É possível que a gestante não se sinta bonita, atraente  e segura por causa da mudanças em seu corpo. Porém, ela precisa ver-se como a mais belas de todas as mulheres, pois seu corpo está mais lindo e delicioso do que nunca e, acima de tudo, está gerando uma vida. 

Apesar das sensibilidades e algumas dores no baixo ventre, é plenamente possível sentir prazer durante a relação sexual. Alguns homens não acham a gestante bela e sexy, enquanto outros ficam loucos de tesão em ver sua companheira com o corpo todo maior e mais gostoso... Seios maiores, quadris mais largos, rosto arredondado... A mulher fica muito mais linda e sexy na gravidez e ela, mais do que ninguém,  precisa se sentir assim pra que o desejo de amb@s continue latente.

Há algumas posições sexuais que podem dar mais segurança ao homem e à mulher. Este site tem algumas boas indicações: http://bebe.abril.com.br/materia/sexo-na-gravidez-10-posicoes-prazerosas-e-confortaveis. 
Mas cada um/uma é quem vai escolher junt@s a posição mais confortável e prazerosa. Deve-se sempre lembrar que o ato deve ser feito de maneira suave, pois a penetração pode sacudir demais a barriga gerando um desconforto à gestante. Melhor deixar as trepadas mais intensas pra comemoração do nascimento d@ filhote, né?.

No mais, além de muitos orgasmos ricos de ternura e prazer, desejo aos/às gestantes, mamães e papais, que toda a gestação e o parto seja saudável, tranquila/o e bem assistidas/os... 
Muito axé!!

Alguns sites com informações complementares:
http://guiadobebe.uol.com.br/sexo-na-gravidez/
http://brasil.babycenter.com/a1500498/sexo-na-gravidez
http://demaeparamae.pt/artigos/principais-duvidas-acerca-sexo-durante-gravidez-esclarecidas

domingo, 11 de novembro de 2012

Sexo Virtual



Quando eu era pequena, ficava toda excitada ao ver as rápidas cenas de sexo dos filmes de ação que meu pai gostava de assistir. Ficava molhada e "rosa" de vergonha.
Na minha adolescência, torcia pra meus pais saírem ou irem dormir cedo, só pra eu dar uma bisbilhotada nos filmes eróticos de Emanuele que passavam nas madrugadas de sábado na tv...

Hoje, cenas de sexo explícito são facilmente encontradas pela internet em diversos sites.
Com o desenvolvimento tecnológico dos sites de relacionamentos, muitas pessoas tem encontrado companheir@s conjugais. Diga-se de passagem, os espaços virtuais nos aproximam, na medida em que dentro de uma mesmo espaço podemos nos relacionar com um número infinito e diverso de pessoas.

Porém, há uma pergunta latente no ar... O sexo virtual nos aproxima ou nos afasta?

Segundo Contardo Calligaris, psicanalista, nós não transamos com @ outr@, mas com nossas fantasias. Logo, estar junto "realmente" não é necessário pra se chegar ao prazer. Na verdade, "sexo real é poder realizar nossas fantasias por meio d@ outr@".

Parando pra refletir sobre os sites de relacionamento, como o facebook, percebe-se que na maior parte do tempo tendemos a assumir uma postura "narcisista". Criamos um Eu, que na maior parte da vezes, mascara Quem "realmente" somos. Desta forma, com quem nos relacionamos? Com quem transamos? No que é possível acreditar como real?

Particularmente, entendo que o encontro é uma necessidade humana. O cheiro, o toque, o olhar, o amplexo, a sensação de estar com uma pessoa vai muito além de uma conexão virtual. Quando não se pode ser "real", o virtual ajuda, mas, de forma alguma o substitui. 

A via sexual pode ser canal do encontro de Universos: de pessoas com suas histórias, sentimentos e desejos; principalmente o desejo de ser/estar feliz e fazer d@ outr@ também feliz. Perceber tal conexão como algo precioso, único, sagrado, com certeza nos traz mais felicidade.


Referência: http://www.cpflcultura.com.br/2012/09/14/sexo-virtual-contardo-calligaris/


sábado, 20 de outubro de 2012

Vida Tempo



Por Viviane Mosé

Quem tem olhos pra ver o tempo soprando sulcos na pele soprando sulcos na pele soprando sulcos?
o tempo andou riscando meu rosto
com uma navalha fina

Sem raiva nem rancor
o tempo riscou meu rosto 
com calma

(eu parei de lutar contra o tempo
ando exercendo instantes
acho que ganhei presença)

Acho que a vida anda passando a mão em mim.

A vida anda passando a mão em mim.

Acho que a vida anda passando.

A vida anda passando.

Acho que a vida anda.

A via anda em mim.

Acho que há vida em mim.

A vida em mim anda passando.

acho que a vida anda passando a mão em mim.


E por falar em sexo quem anda me comendo 

é o tempo

na verdade faz tempo mas eu escondia

porque ele me pegava à força e por trás

um dia resolvi encará-lo de frente e disse: tempo

se você tem que me comer

que seja com o meu consentimento

e me olhando nos olhos


Acho que ganhei o tempo

de lá pra cá ele tem sido bom comigo

dizem que ando até remoçando.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Felicidade Clandestina





Era uma noite de inverno. No litoral, onde exclusivamente quase não se tem frio, havia uma brisa gostosa e suave a passear pelo corpo.

Ela ia, Ele vinha... 
Viram-se.
Imediatamente tocaram-se. 
Provaram-se. 
Com o olhar de quem é chamado ao  inquietante desconhecido.
Com o sabor de quem tece o desejo já existente.

Enquanto partilhavam uma refeição, falavam de si, de seus mundos, suas ideias, seus desejos. 
Sonhos, essências e preferências. 
Iam descobrindo suas afinidades. 
Ela o olhava e sentia seus dedos, lábios e língua a invadir sua privacidade inútil. 
Tentava relutar a tal intensidade de loucura, porém, quanto mais pensava, mais vontade d'Ele Ela sentia.

Ele a despia com a boca de quem morde um prato saboroso e único, pois percebeu que à sua frente estava uma Mulher totalmente diferente das do seu passado. Sem pensar demais disse: 
- Vamos?
- Pra onde?
Ela perguntou ao tempo que sentia seu corpo inteiro estremecer e se arrepiar... Numa mistura de medo, desejo e loucura.
- Pra minha casa. Estou com vontade de Você.
Em fração de segundos, Ela olhou ao seu redor e pensou: por que não? Respondeu: Vamos!

Estranhos... Como estranhos deram passos ao desconhecido. 
Como estranhos despiram-se, olharam-se e se permitiram.
Logo seus corpos tornaram-se familiares... Não havia invasão, só permissões.

Ele tocava seu corpo como que tocasse algo nunca visto. 
Lhe apertava a cintura e os quadris e ia lhe lambendo como um louco desesperado... 
Lambia e chupava seus seios e tocava com os dedos sua vagina molhada, se encantando com o jeito d'Ela sentir seus orgasmos.

Fechava os olhos enquanto gemia de prazer ao sentir a língua dela tomando conta de cada pedacinho de seu corpo: de suas coxas, de seu peito, de sua bunda, de suas costas e de sua virilha até chegar ao seu pênis... Ah... Lá Ela se demorou... Esqueceu que era dele e se apossou de seu sexo intensamente mordiscando, lambendo e chupando-o com todo sabor...

Vez em quando Ambos abriam os olhos pra ter a certeza de que tudo o que estavam vivendo era real.
Seus olhos falavam. Seus corpos, não mais estranhos, obedeciam e se entregavam.
Degustaram o privilégio de sentirem-se, de partilharem o que tinham de mais precioso naquele momento até chegar aos mais intensos prazeres: o desejo.
Completudes.

A banalidade da prática sexual nos dias atuais, por vezes, terminam impedindo as pessoas de serem felizes por meio do encontro sexual, mesmo que por breves momentos.
Pele, fluídos, orgasmos são mais que comuns.
Raras estão se tornando as relações sexuais. 
Relações - trocas, partilhas.
Tem muita gente se comendo e comendo @s outr@s. 
Pouquíssimas se permitem partilhar de Si nesses encontros.
Pouquíssimas buscam se preocupar com o prazer sexual d@ outr@, além do próprio.
Raras são as pessoas que junto à pitada de tesão põe uma colher de ternura, atenção e alegria.
Não. Não estou aqui a dizer que agora precisamos amar a primeira pessoa por quem sentimos tesão. Não é isso.

De uns tempos pra cá tenho procurado me despir das visões midiáticas e padronizadas sobre o Amor e sobre o Sexo. Ele não precisa ser meramente uma troca de secreções. A não ser aquelas deliciosas e instintivas rapidinhas.
A relação sexual não precisa estar atrelada a somente um/uma parceir@ muito menos decodificada e pronta como muitas pessoas pensam que deve ser. 

A relação sexual Clandestina pode ser uma via intensa de Felicidade. Sim, esta Felicidade que todo mundo tem buscado hoje. Mas tem ela sua próprias características... Não está atrelada à uma fôrma chamada de leis morais. Ela vai além... Além das conjunções sociais que ditam o tempo todo com quem, como, onde e pra que deve ser feito o sexo!
Ela pode estar presente nos braços de uma pessoa estranha ou amiga com quem, seu primeiro e principal contato, pode ser o sexual, independente das trivialidades sociais de controle.

Mas há que se ter certos cuidados. É preciso ter consciência de que este tipo de relação sexual não é, obrigatoriamente, o princípio de um relacionamento conjugal. Pelo contrário. Há muitas pessoas que escolhem não estar atreladas a uma só pessoa ou não se sentem preparadas ou não tem vontade de se comprometerem.

Por isso se faz necessário respeitar e compreender as particularidades e limites de cada um/uma.
Também é preciso ter coragem e ousadia pra realizar tal relação, pois ainda existem muitas pessoas presas em seus tabus sociais e religiosos.

O mais precioso de tudo isso é que o fato de não haver um compromisso, não impede que haja sentimentos e prazer mútuo.

Como diz Léia, uma linda e Livre amiga, "a emancipação e liberdade (autonomia) sexual é coisa que pouca gente entende, porque a repressão é grande demais... Mas a mesma ousadia e despudor tem que ser maior ainda" (ODARA, 2012).

A Felicidade Clandestina, logo, nada mais é do que viver com liberdade, consciência e prazer seus desejos, sua Identidade e sua Autonomia!! Seja amor, tesão, carinho, admiração ou amizade... O mais importante é perceber que por meio de uma relação sexual  é possível ser Feliz e também compartilhar deste precioso sentimento com Quem se está.

Imagens: Google.



domingo, 9 de setembro de 2012

Pornografia e Identidade





Já algum tempo venho me incomodando com todas as formas discriminativas com as quais a mídia trata o corpo feminino. São propagandas de produtos – consumidos principalmente por homens –, cenas de programas televisivos, sem esquecer a imensa parafernália pornográfica.

Fico me perguntando: qual é o imaginário que boa parte dos homens fazem da mulher, a partir de tal influência? E a mulher? Como se vê? Como tal tais representações invadem a relação sexual?

Historicamente, a pornografia não esteve estritamente ligada às imagens de consumo, mas também ao desejo sexual. Segundo Medeiros (2008, p. 31):

Pornografia deriva do grego pórne (“prostituta”) ou pórnos (“que se prostitui, depravado”), referência inequívoca aos “excessos” libidinosos e aos profissionais do sexo. Prostituta, michê, puta, garoto(a) de programa, scortboy são denominações (reguladas pela sociedade) de corpos oferecidos à diversidade de apetites, para o exercício profissional (e não amoroso) da sedução e, assim, conceito muito mais próximo do obsceno que do erótico. Tendo sido, provavelmente, o primeiro bem de consumo da história humana, a prostituição é a face pública do desejo, da libido e da sedução, consentida ou interditada conforme os pudores da época. Deixemos claro que nem sempre a prostituição foi caracterizada como depravação. Para ficarmos em apenas um exemplo, basta citarmos as gueixas e cortesãs japonesas, performers tanto do prazer sexual quanto do prazer estético. Pornografia também significa a imagem do corpo que se expõe para provocar o desejo de outro corpo e, portanto, do corpo objetificado: porno-grafia, “prostituição em imagem”, “depravação através de imagens”.



É interessante quando o autor fala que pornografia é também expor a imagem do corpo para provocar o desejo de outra pessoa, objetificando-o.  Ora, e não é isto o que ocorre? Objetificado está o corpo feminino. Tornou-se objeto de uso, principalmente uma imagem, um símbolo, pelo qual se tem liberdade total de “usar”.

Indo mais além, se o corpo feminino está rodeado de simbologias de “uso”, de que forma a Mulher vê-se na sociedade? E na relação sexual?

Certo dia uma amiga me disse como ela se incomodava com as ideias dos homens sobre como devem ser as mulheres na cama. Fiquei instigada com seu desabafo e parei pra pensar: tendo em vista que maioria dos homens teve e ainda têm a cultura de assistir vídeos e ler revistas pornográficas, é bem fácil de imaginar “qual” tipo de mulher boa parte de nossos “machos” desejam para a relação sexual.


Mulheres sexys, com corpo bem definido, malhado, bunda e seios grandes... Rosto de capa de revista... Ah! E ainda tem a performance: tem que saber de tudo e mais um pouco sobre sexo oral, vaginal e anal, usar brinquedos e “aguentar” o porradão das penetrações... Uma Deusa! Uma Gabriela... Uma mulher que não existe... Foi inventada.

Esses discursos estão presentes no imaginário de tod@s, pois eles são diariamente reproduzidos em todos os espaços sociais, principalmente por meio da TV, Internet e bens de consumo. Vamos nos apropriando de tais imagens sem ao menos nos questionar se realmente é isso que somos ou queremos ser – sem levar em consideração que é algo impossível existir um padrão, uma fôrma onde todos são iguais...

E como se sente a mulher e o homem que não corresponde aos padrões?


Qual liberdade existe na relação sexual de pessoas que apenas transam de acordo ao que ditam no mundo pornográfico e midiático?

Se faz mesmo necessário estar abert@ para conhecer a Si mesmo mais profundamente... Ir além do que os discursos sociais, culturais, religiosos e do consumo – que gritam o tempo todo como devemos ser – para conhecer nossas singularidades e possibilidades de transcendências.




Acredito mesmo na liberdade de Ser...

Cada um/uma de nós somos particularidades e diversidades...

E plenamente possíveis de transcendências e autenticidades...

Axé!!


Referência: MEDEIROS, Afonso (org.). O Imaginário do Corpo: entre o erótico e o obsceno: fronteiras líquidas da pornografia. Raimundo Martins (ed.). – Goiânia: FUNAPE, 2008. 1v. – (Coleção desenredos; 4).

Imagens: Google


quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Dia do Sexo!!





O Dia do Sexo começou a ser lembrado a partir da iniciativa da marca de preservativos Olla, que no ano de 2008 lançou uma campanha... Aproveitando o dia 6 de setembro, ou seja, 6.9, o que logo nos remete à uma das posições mais gostosas e utilizadas nas relações sexuais... O 69. A Olla propôs que tal dia fosse comemorado como o Dia do Sexo!! 

E mesmo que tal data não seja oficial na Constituição Brasileira, por que não fazer dela o início de um delicioso fim de semana sexual?

Colocando de lado o marketing e o consumo exagerado e desnecessário, por que não aproveitar a data e o feriadão pra se deliciar com maravilhosas lambidas, mordidas e muitos, muitos orgasmos? Nem precisa de muito dinheiro... É só estar com a pessoa que lhe atrai, lhe faz bem, lhe dá tesão, ternura e prazer... 

Assim... Desejo à tod@s inúmeros orgasmos... E muitos prazeres!!
Axé!!

Imagem: humorfeminino.com.br

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

As Delícias do Sexo Anal... Permita-se!!






Já faz um tempo que eu queria falar sobre esse assunto aqui, mas primeiro fiz algumas leituras e reflexões.
Muita gente que tem uma vida sexual ativa, em especial as mulheres, se reservam a falar do assunto e, principalmente, em praticar o sexo anal.

Historicamente, sabe-se que a educação sexual de nossa sociedade brasileira tem um peso religioso – judaico-cristão – muito acentuado, principalmente na educação do gênero feminino. Muitas mulheres e homens aprenderam a enxergar o sexo anal, também conhecido como sodomia, como uma prática sexual avessa à natural (vaginal), logo pecaminosa, proibida e inadequada para aquilo que o sexo deveria servir: procriação.

Desta forma, vários discursos foram produzidos e se perpetuam até a atualidade atrapalhando as pessoas de exercerem sua sexualidade com prazer e liberdade. Não estou aqui a dizer que não há limites no sexo... Percebo mesmo, que o limite vai até onde não se violenta – física ou psicologicamente – @ outr@ ou a si mesm@.

Enfim, se faz necessário saber que falar de sexo anal é primeiramente falar de prazer, de um prazer que durante muito tempo foi roubada a permissão de se experimentar. E, para compreender melhor o assunto, se faz necessário desconstruir algumas imagens socialmente reproduzidas.
Essa história de que homem que gosta de “dar” é gay ou de mulher que gosta de “dar” é puta já caíram por terra há muito tempo! A prática do sexo anal é somente mais uma forma de obter prazer, um prazer muito particular e gostoso por sinal.

No mundo virtual de tudo um pouco se encontra... Basta você pesquisar! Particularmente, meu objetivo aqui não é dizer qual posição deve ser usada ou com quem e onde deve se fazer o sexo anal... Isso é algo que faz parte da intimidade de cada uma/um. O que quero mesmo é dizer que vale a pena fazer, pra quem ainda não tentou... Por quê?

Acredito mesmo na ideia de que nosso corpo é nosso e cabe somente a cada uma/um decidir o que fazer e como fazer com ele... O sexo anal é uma prática que oferece aos/às parceiras muito prazer, desde que haja uma vontade mútua e respeito pelas particularidades. Não adianta querer fazê-lo somente para agradar ao/à outr@, é muito mais gostoso quando se faz porque se deseja...

Gostaria de dizer aos homens, heterossexuais e homossexuais, que se faz necessário ter paciência e carinho durante a relação anal, pois o ânus precisa de todo um preparo para receber um pênis ou objeto parecido. As preliminares são essenciais para preparar o caminho percorrido... A penetração anal se torna um ápice delicioso depois muitos beijos, chupadas, sexo oral e vaginal. Logo, se você deseja o ânus de sua/seu parceira/o, trate demonstrar que todo o contexto é importante e não só a penetração anal... Assim amb@s terão prazer mútuo...

Às mulheres, principalmente às que ainda não experimentaram, preciso gritar: PERMITAM-SE!!
Sexo anal é muito bom sim! E não é porque vai fazer seu parceiro/a feliz não! Por meio dele, você poderá descobrir uma infinitude de prazer deliciosa.


Várias mulheres tem medo por achar que vai sentir dor, ou vai sair algum excremento ou algo do tipo... Relaxem!! A dor é natural logo que o pênis penetra, mas depois que você vai relaxando a dor deixa de existir. Logicamente, com a ajuda de muito lubrificante e muito carinho de seu parceiro/a, com certeza você vai sentir sensações intensas de prazer. E outra coisa: cu não é buceta! É preciso se preparar para uma relação sexual anal. Fazer uma duchinha com água morna e defecar antes da relação ajuda e muito!! Isso sem falar que existe até bolinhas aromáticas para o ânus...

Lembrando que a relação anal sempre deve ser feita com o uso de camisinha e um lubrificante que não agrida o látex do preservativo. O ânus é muito mais propício a infecções, isso sem falar na maior facilidade de transmissão de DST’s. Algumas pessoas indicam o uso de pomadas anestesiantes, particularmente não acho legal pois pode simplesmente impossibilitar as sensações da penetração. Outra coisa: depois que enfiou no ânus, se quiser enfiar o pênis na vagina é preciso usar outra camisinha ou retirar a que foi utilizada dentro do ânus; isso impede a transmissão de bactérias e vírus pela vagina.

Pra quem é iniciante, uma boa dica é começar com penetrações no ânus durante o sexo oral, principalmente no delicioso 69... Sempre com uso de lubrificante (KY, da Johnson, por exemplo). Com a manipulação clitoriana, aos poucos a musculatura dos esfíncteres vão relaxando e se torna mais fácil sentir prazer durante a penetração anal (que pode começar com o dedo de seu/sua parceir@ ou outro brinquedo que queira usar).

É bom lembrar também que ficar tirando e colocando o pênis do ânus é doloroso, principalmente pra quem tem pouco hábito de fazer. Depois que colocar dentro, deixa... Daí por diante, é só fazer o movimento de “entra e sai”, mas sem tirar...

Há mulheres que não sentem (ou sentem pouco) orgasmos com a penetração vaginal e podem senti-los ou intensificá-los com o sexo anal. Durante a penetração anal, também se pode intensificar o prazer com manipulação do clitóris... Ou seja: a relação anal somente intensifica e oferece mais possibilidades e prazer tanto para a mulher quanto para o homem.

Abaixo trago alguns sites visitados com dicas bem legais pra que quer se aprofundar no tema.
Agora? É só experimentar...
Axé!!

domingo, 12 de agosto de 2012

Possessão






Ele me embriaga, seduz,
Investe, se aproxima.

Com seus olhos cálidos de moço dengoso e vadio inflama meus poros num ímpeto urgente de calor e desejo.
Suas mãos me atormentam ao invadir os desenhos do meu corpo num gesto de posse e agonia... Como se falasse ao meu corpo me dá, é Meu!

Rasga-me
Toma conta do que te é...

E como uma louca lanço-me aos seus lábios, peito, costas e coxas... Desvendo seus poros extraio suas roupas e me abro em alma...
Estilhaço meu orgulho só pra ter na minha boca o sabor de tua pele, de teu sexo, de tua essência.

Luxúria

Gozo

O mundo desaparece quando nos tornamos Um misturados aos aromas do quarto, dos lençóis, dos suores...

Acalento

Transmutação

Saciedade.


sexta-feira, 27 de julho de 2012

Permita-se Viver inteiramente, intensamente... O Agora!!





"Para ser grande, sê inteiro
Nada teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa
Põe quanto és em tudo que fazes...
Assim, em cada lago a Lua toda brilha 
Porque alta vive"

Fernando Pessoa


Um desejo de não sei o que me invade...

Sinto saudades de você e me lembro de nossos encontros, nossos beijos e libertinagens
De cada vez que nos encantamos com a Lua e sua plenitude, com as comidas e seus sabores, com nossas Belezas e anseios...

Da cor de nossos olhos que ardiam de paixão em cada suspiro dado sem vergonha, sem exatidão, sem proibições...
Que saudade...

Do toque de tuas mãos quentes, sedentas, ousadas e impacientes em percorrer meu corpo... Abrindo espaço pra tua língua seguir adiante... Pra tuas coxas entrarem por entre as minhas... Pra teu corpo me invadir por inteiro...

Saudades de teus lábios percorrendo a geografia de meu corpo, que já não era somente meu...
De teu corpo perdido em minhas mãos, entregue à minha língua que te devorava pedaço por pedaço... A cada suspiro, a cada gemido...

É como se cada poro de minha pele se abrisse pra receber teu paladar... Tua saliva quente tocando meu corpo me transportava para um lugar chamado imensidão de Mim mesma...

Era uma confusão quando nos encontrávamos assim... Nunca soube eu dizer quem tinha mais fome, mais anseio, mais loucura no olhar e nos lábios...
Ambos tornavam-se mundos que se confundiam e se completavam numa junção chamada liberdade... Desejo e Completude!


Tenho visto muita gente infeliz e insossa...
Gente reclamando e questionando porque não são felizes no amor, no sexo... Porque não são amad@s...

Não conseguem perceber que amor é construção que se ergue do encontro?
Do encontro de duas ou mais pessoas que se permitem serem encontradas?

Quantas vezes beijamos, tocamos, transamos e, mesmo assim, não sentimos o outro, a outra presentes perto de nós...?
É tão difícil assim abrirmos a fronteira da zona de segurança e nos permitir, mesmo que seja por um momento, por uma noite, por um dia, tocar e sermos tocad@s?

Quando fui tua, fui completamente... Não sei ser metade!!
Inteiramente permiti você adentrar em minha casa, em meu corpo, em minha Vida...
Nosso compromisso era o desejo... De não estar só, de querer se dar... De querer e se permitir receber...

Saudades minha Delícia...