Era uma noite de inverno. No litoral, onde exclusivamente quase não se tem frio, havia uma brisa gostosa e suave a passear pelo corpo.
Ela ia, Ele vinha...
Viram-se.
Imediatamente tocaram-se.
Provaram-se.
Com o olhar de quem é chamado ao inquietante desconhecido.
Com o sabor de quem tece o desejo já existente.
Enquanto partilhavam uma refeição, falavam de si, de seus mundos, suas ideias, seus desejos.
Sonhos, essências e preferências.
Iam descobrindo suas afinidades.
Ela o olhava e sentia seus dedos, lábios e língua a invadir sua privacidade inútil.
Tentava relutar a tal intensidade de loucura, porém, quanto mais pensava, mais vontade d'Ele Ela sentia.
Ele a despia com a boca de quem morde um prato saboroso e único, pois percebeu que à sua frente estava uma Mulher totalmente diferente das do seu passado. Sem pensar demais disse:
- Vamos?
- Pra onde?
Ela perguntou ao tempo que sentia seu corpo inteiro estremecer e se arrepiar... Numa mistura de medo, desejo e loucura.
- Pra minha casa. Estou com vontade de Você.
Em fração de segundos, Ela olhou ao seu redor e pensou: por que não? Respondeu: Vamos!
Estranhos... Como estranhos deram passos ao desconhecido.
Como estranhos despiram-se, olharam-se e se permitiram.
Logo seus corpos tornaram-se familiares... Não havia invasão, só permissões.
Ele tocava seu corpo como que tocasse algo nunca visto.
Lhe apertava a cintura e os quadris e ia lhe lambendo como um louco desesperado...
Lambia e chupava seus seios e tocava com os dedos sua vagina molhada, se encantando com o jeito d'Ela sentir seus orgasmos.
Fechava os olhos enquanto gemia de prazer ao sentir a língua dela tomando conta de cada pedacinho de seu corpo: de suas coxas, de seu peito, de sua bunda, de suas costas e de sua virilha até chegar ao seu pênis... Ah... Lá Ela se demorou... Esqueceu que era dele e se apossou de seu sexo intensamente mordiscando, lambendo e chupando-o com todo sabor...
Vez em quando Ambos abriam os olhos pra ter a certeza de que tudo o que estavam vivendo era real.
Seus olhos falavam. Seus corpos, não mais estranhos, obedeciam e se entregavam.
Degustaram o privilégio de sentirem-se, de partilharem o que tinham de mais precioso naquele momento até chegar aos mais intensos prazeres: o desejo.
Completudes.
A banalidade da prática sexual nos dias atuais, por vezes, terminam impedindo as pessoas de serem felizes por meio do encontro sexual, mesmo que por breves momentos.
Pele, fluídos, orgasmos são mais que comuns.
Raras estão se tornando as relações sexuais.
Relações - trocas, partilhas.
Tem muita gente se comendo e comendo @s outr@s.
Pouquíssimas se permitem partilhar de Si nesses encontros.
Pouquíssimas buscam se preocupar com o prazer sexual d@ outr@, além do próprio.
Raras são as pessoas que junto à pitada de tesão põe uma colher de ternura, atenção e alegria.
Não. Não estou aqui a dizer que agora precisamos amar a primeira pessoa por quem sentimos tesão. Não é isso.
De uns tempos pra cá tenho procurado me despir das visões midiáticas e padronizadas sobre o Amor e sobre o Sexo. Ele não precisa ser meramente uma troca de secreções. A não ser aquelas deliciosas e instintivas rapidinhas.
A relação sexual não precisa estar atrelada a somente um/uma parceir@ muito menos decodificada e pronta como muitas pessoas pensam que deve ser.
A relação sexual Clandestina pode ser uma via intensa de Felicidade. Sim, esta Felicidade que todo mundo tem buscado hoje. Mas tem ela sua próprias características... Não está atrelada à uma fôrma chamada de leis morais. Ela vai além... Além das conjunções sociais que ditam o tempo todo com quem, como, onde e pra que deve ser feito o sexo!
A relação sexual Clandestina pode ser uma via intensa de Felicidade. Sim, esta Felicidade que todo mundo tem buscado hoje. Mas tem ela sua próprias características... Não está atrelada à uma fôrma chamada de leis morais. Ela vai além... Além das conjunções sociais que ditam o tempo todo com quem, como, onde e pra que deve ser feito o sexo!
Ela pode estar presente nos braços de uma pessoa estranha ou amiga com quem, seu primeiro e principal contato, pode ser o sexual, independente das trivialidades sociais de controle.
Mas há que se ter certos cuidados. É preciso ter consciência de que este tipo de relação sexual não é, obrigatoriamente, o princípio de um relacionamento conjugal. Pelo contrário. Há muitas pessoas que escolhem não estar atreladas a uma só pessoa ou não se sentem preparadas ou não tem vontade de se comprometerem.
Por isso se faz necessário respeitar e compreender as particularidades e limites de cada um/uma.
Também é preciso ter coragem e ousadia pra realizar tal relação, pois ainda existem muitas pessoas presas em seus tabus sociais e religiosos.
O mais precioso de tudo isso é que o fato de não haver um compromisso, não impede que haja sentimentos e prazer mútuo.
Como diz Léia, uma linda e Livre amiga, "a emancipação e liberdade (autonomia) sexual é coisa que pouca gente entende, porque a repressão é grande demais... Mas a mesma ousadia e despudor tem que ser maior ainda" (ODARA, 2012).
A Felicidade Clandestina, logo, nada mais é do que viver com liberdade, consciência e prazer seus desejos, sua Identidade e sua Autonomia!! Seja amor, tesão, carinho, admiração ou amizade... O mais importante é perceber que por meio de uma relação sexual é possível ser Feliz e também compartilhar deste precioso sentimento com Quem se está.
Imagens: Google.